junho 29, 2009

Dentista (ou... abra a boca e fecha os olhos)

Tooth_Brush

Não entendo como alguém pode na vida querer ser dentista. Quando os motivos é ganhar dinheiro, até que tudo bem. Conheço pessoas que venderiam a mãe. Tratar de dentes podres é fichinha. Mas quando a coisa é por gosto mesmo, eu fico imaginando se a pessoa funciona bem da cabeça... Penso que boca já fede fechada, imagina aberta e na sua cara... Tudo bem que nem sempre procuramos dentista para dentes cariados, às vezes somente a estética já é um bom motivo para você encarar esse desconforto.

A começar pelo cheiro... Aquele velho odor característico de sala de tortura. Acho que eles fabricam um bom ar (?) “sabor cheiro de dentista”, para dar mais realidade ao terrorismo. Nem precisa entrar nos detalhes daquele maldito motorzinho que parece uma moto-serra desmatando ilegalmente uma exuberante mata nativa, e a gente sempre acha que ele está tirando mais coisa que deveria... e só de ele estar ligado, você já começa a tremer lá no fundo do peito, rezando para que isso acabe logo. Desde o primeiro contato, seja em qualquer idade, este conjunto (cheiro e motor) nunca mais sai de sua cabeça.

Parece que dentista tem um “quê” de maldade digno de estudos. Você pode analisar o grau de maldade de um dentista só pelo sorriso dele, quanto mais ele esboçar seu sorriso, mais prazer ele terá em te torturar. Há os verdadeiramente sarcásticos, eles ficam observando seus pés, como eles se mexem na medida em que fuçam em sua boca... Ou aqueles que ficam fazendo umas expressões horrorosas, dando idéia de que a coisa está péssima lá dentro. Tem aqueles inconvenientes que ficam te interrogando desde sua infância até como chegou até ele, e você lá, de boca aberta, esperando ele retirar as duas mãos lá de dentro para você poder responder às suas indagações. E nunca dá tempo de você concluir sua frase, ele mete aqueles dedões de novo e volta a te perguntar o que você faz da vida.

Me dá um pavor quando estou na sala do dentista e a secretária, que também é telefonista e atendente, fica lá plantada com um tubo enfiado em sua boca, mexendo e olhando atentamente para dentro de você, fazendo cara de doutora. Passa um pouco ela tem que sair porque o telefone tocou, ou chegou alguém, ou foi ao banheiro, ou sei lá mais o que... volta, nem lava a mão e enfia novamente aquele tubo dentro da sua boca.

Quando dois ou mais dentistas se juntam em uma clínica só, o entra e sai é muito pior. Eu tive o azar de ir a um desses. Fui fazer um clareamento dental a laser (você já viu como funciona? Eles colocam uma parada que levanta seus lábios e expõe toda a sua gengiva (chama-se afastador de tecidos internos (!!!)), e você fica praticamente desfigurado de tão feio). Pois é, estava eu naquela situação, quando o entra e sai começou. Primeiro chegou um representante de planos de saúde, entrou na sala sem o menor pudor, tudo bem que foi logo barrado pelo dentista, mas ele não deixou de ver meu sorriso “colgate”. E assim ele saiu para conversar com o cara, deixando a esposa dele, que também é adepta ao terrorismo, dar início a aplicação do produto. Eu comecei a entrar em pânico, pois ela falava insistentemente que meus dentes eram pretos, Power pretos!! Tudo bem, era um diagnóstico de uma profissional e eu estava lá para consertar isso, mas te confesso que fiquei assustada.

Bom, assim que o meu dentista voltou ficamos sozinhos na sala por menos de dez minutos, pois chegou um outro colega dele, assim, como quem não quer nada, falando da noite anterior, conversando borracha. O cara, apesar de baixinho, era bonitinho... Com certeza ele não conseguiu ter idéia de como eu era, e pouco me importava, sendo eu casada e ele nanico, mas era claro que eu estava incomodada com aquela situação, eu não gostava nem quando a responsável pela esterilização dos equipamentos ficava perambulando na sala (e acredite, ela entrou e saiu umas dez vezes).... E ficava pensando comigo: “Cara! Cadê a ética desse povo? será que ninguém percebe minha situação constrangedora?!” Mas que nada! O cara tava até contando piadas, e eu lá, tentando não escutar, para poder não rir e piorar tudo, porque até rir era impossível, e se ele me visse rindo, poderia achar que eu estava gostando...

Por fim, todos foram embora e quando eu já estava sem aquela arma na minha boca, ele vira para mim e me pede desculpas pelo entra e sai, aconteceu porque já passara das seis e tal... Fazer o que né? Estou feliz porque não era meu Ginecologista...

 

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