julho 24, 2009

Nomes próprios, comuns e derivados – 3ª Parte

Para quem não tem nome esquisito, os apelidos fazem o papel do extravagante. Quem não conhece alguém que carrega consigo o peso de uma referência?

Tem gente que carrega o apelido e nem sabe direito o porquê. Tem outros que o sujeito está tão enraizado que vira sobrenome... É assim, quanto menor a cidade, mais direcionado você é: fulano padeiro (às vezes, ele nunca fez pão na vida, mas tem uma padaria...), ou ciclano da dona Nina, e assim vai.

Em proporções, os apelidos fazem parte da vida de todos. Alguns engrandecem a gente, outros são por bastante pejorativos. Pois são esses mesmos que nos deixam famosos e nos acompanham para o resto da vida.

Trabalhei em uma obra onde um dos superiores atendia pelo nome de “Bilu”. Eu tenho a impressão que era para ser “Biloca” (ele é baixinho, gordinho e tal), mas com o passar do tempo, o nome foi diminuindo restando somente o Bilu. Acho que até a mulher dele o chama assim. É, mas dependendo da hora não rola né... E Bilu é nome de boneca, que aliás me traz uma lembrança traumática, porque, quando eu era pequena, levei um baita tombo com essa boneca no colo e ela disparou a rir e não calava de jeito nenhum, e minha família rolando de rir também... Foi horrível, ela só calou quando eu tirei as pilhas dela. Tive horror a essa boneca durante anos.

Bom, voltando ao assunto... e às obras da vida, tem um encarregado de obra que seu apelido carinhoso é “gato de botas”. Dá para imaginar que de gato o cara não tem nada e suas botas são aquelas botinas de segurança que a empresa exige para o funcionário trabalhar, mas assim ele era conhecido até no setor de recursos humanos, e quando alguém queria falar com ele, a gente ouvia pelo rádio, nos quatro cantos da obra: “Atenção Gato-de-botas, atenção Gato-de-botas” -- “Gato na escuta”. Até eu me acostumar com isso, achava uma comédia.

Minha mãe tinha um amigo com o apelido de Bochecha. Por acaso, ele era médico e minha avó achava um desrespeito chamar um médico de ‘Bochecha’ – Chamava o de Dr. Bochecha.

Eu tenho um excelente amigo que seu apelido é “Borboleta”. Tudo bem que, pelo seu tamanho e magreza, ele parece muito mais com um bicho-pau do que com uma borboleta, mas assim ele foi chamado por um técnico de basquete enquanto ele ainda era adolescente e jogava em São Paulo. Não deu outra, seu nome cruzou o Brasil e veio parar em Palmas. Assim ele é conhecido e assim ele será lembrado para o resto da vida. A coisa ficou tão comum, que borboleta é seu endereço de msn, Orkut, e outros sites de relacionamento...

Eu tenho vários apelidos, mas nenhum pegou de verdade, cada turma me chama de um jeito. É legal, pois fico com várias identidades. Os diminutivos são os mais comuns, Bia, Bibi, Fabi. Mas ainda tem os meio nada a ver, tipo Nanão, Creuza, Sassá, coisas que poucos entendem...

Shoe_Kitty

Um quase gato de botas!!

Um comentário:

Anônimo disse...

O som da risada de Bilu ecoa nos meus ouvidos e desejo ser cineasta para eternizar essa cena digna de horário nobre. Adorei a entrada desse episódio no texto. Eu tenho um apelido que somente uns quatro me chama. Lola! E tem explicação mas que não vai ser divulgada aqui. Abraços colega blogueira.