abril 30, 2011

Tirando Sarro dos Baianos

Com o aval do meu lindo marido…

Fala sério, baiano é um povo super animado, sempre de bom humor, mas sua fama de preguiçoso não é à toa. Tudo bem que a preguiça mesmo não seria o adjetivo mais correto, eu diria que baiano é sossegado... eles são dispostos para o trabalho, mas não podem se aperrear por causa dele... veja bem, meu marido, baiano de carteirinha e apelido, é super dedicado à nossa casa e seus pequenos consertos corriqueiros, mas é necessário esperar que ele esteja (muito bem) disposto a mexer com aquilo... E eu acabo obrigando meus parentes a tomarem banho gelado, - porque lá na Bahia, ele tomava banho frio, faz bem pra saúde, deixa o bumbum durinho e mais um monte de blábláblá, mas a verdade mesmo é que ele não está animado a consertar ou trocar o tal chuveiro; até que um dia ele acorda de ótimo humor e deixa tudo ok para um relaxante banho quente (para as visitas do próximo ano!).

Lá em casa, temos que ter nossas ferramentas, não podemos pegar nada emprestado, pois sempre devolvemos sem usar... depois de quase 3 meses!!! Recentemente alugamos uma casa cuja pia da cozinha vaza, comprei o silicone e fiquei enchendo o saco dele ininterruptamente por uma semana (detalhe: estávamos os dois de “férias”), com muito custo ele resolveu atender minhas súplicas. Já de cara, percebi que o lugar onde ele aplicava o produto não era exatamente onde vazava, e não adiantou muito eu tentar avisá-lo. Por fim, ele desperdiçou seu precioso tempo (e minha preciosa cola), ou seja: nossa pia continua vazando água; até comprei outro silicone, mas daí pra ele aplicar é outra novela...

Mas melhor mesmo é baiano de cidades turísticas... todo mundo que vai à Bahia volta com uma ótima história... meu cunhado foi levar um grupo de amigos em excursão para Itacaré, cidade do paraíso. Tudo muito tranqüilo, tão tranqüilo que ao chamarem um picolezeiro que passeava pela praia (sim, eles fazem do trabalho um passeio), o menino parou no meio do caminho chamando a galera de volta. Depois da discussão de quem tinha que ir até quem, o menino foi vencido pela maioria e lá foi ele com seu velho carrinho, resmungando pra caramba, não se consolou nem pelo fato de ter vendido de uma vez só todos os picolés que restavam...

Mas tirando a preguiça, temos a criatividade baiana e o incrível e sarcástico senso de humor... Minha Irmã, passeando alegremente na Bahia (acho que em Itacaré também), quando vê uma placa: Cocada Diet, ela, viciada em academia e doces – um paradoxo sofrido pela maioria feminina, quase saiu pulando de alegria: “Me dá umaaa!!” quando ela comeu o primeiro pedaço, achou com o gosto muito parecido com a cocada normal, e perguntou como tinha sido feito o tal doce. A baiana na boa, contou que era só coco e açúcar... “Ué, moça, mas a cocada não é diet?” e a mulher toda sorridente: “Éééééé! Diet o dinheiro que eu diet a cocada!!”.

Você já tentou dar trocados a uma baiana em Salvador? Elas ficam lá, fantasiadas de escola de samba, pedindo para os turistas tirarem foto com elas... Até aí, tudo bem, mas quando elas cobram pelo ‘serviço’ elas estão falando em 50 conto! Por uma foto!! Como se nós fossemos a Salvador para ver terreiro de macumba (deve ter gente que vai, né). E se vc vier com uma nota de 10,00 elas falam “isso é troco, e troco eu tenho, vc quer?”, como se uma porcaria de uma imagem (que nem sempre você sai bonito) pudesse valer tanto... Mas vale, vale o esforço de passar o dia inteiro no sol chamando bobo pra ver uma louca com 10 quilos de roupas brancas conversando coisas sem sentido (eu morro de medo).

Minha mãe, ainda em Salvador, com aquela cara típica de turista (pra num falar goiana...) foi abordada na rua por um típico ‘lazaro ramos’ (antes da globo o transformar em galã, claro), bem, o simpático baiano do papo bom ofereceu uma fitinha do Bonfim para a nobre senhora fazer 7 pedidos, um nó para cada desejo. No final, a brincadeira custaria 10 reais... Minha mãe muito brava questionou com o cabra que estas fitinhas são gratuitas e que o cara tava cobrando muito caro pela mandinga; Ele ficou puto e queria ela de volta; assim, ficaram os dois no sol a pino tentando desatar a porcaria dos nós até a fita esbagaçar (sabe quando ela forma aquela 'nuvem'? geralmente quando vc já esqueceu a metade dos pedidos). Ele saiu xingando até a vigésima terceira geração de minha pobre mãezinha. Não que eu seja supersticiosa, mas depois que ela me falou isso, já me benzi umas 5 vezes...

OBS: Meus queridos baianos, tenho muita admiração por toda a cultura da Bahia, singularmente histórica e pesquiso muito acerca desse assunto. Este texto foi apimentado propositalmente para ficar mais gostoso de ler. Não se aborreçam, pois a vida é colorida como o pelourinho...

molekinho_011 Essa foto não foi tirada do site de costume, mas eu tenho um gatinho tão preto quanto esse!!

2 comentários:

ALISON'S HOUSE disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...Excelente!!!!

Anônimo disse...

Menina, nem todo baiano é igual, criatura! Eu mesmo sou pior! Vc, como sempre,consegue me entreter com sua irreverência. Estou esperando o outro texto que já deveria ter saído!