maio 23, 2012

Histórias de campo – O frango com tudo dentro...

 

Este texto não é homenagem a Raquel, é literalmente sobre ela…a líder da galera

Sabe aquelas pessoas incríveis que deixa tudo mais divertido? Essa é a Raquel, e olha que ela passou por maus tempos... Fez os preparativos de seu casamento distante uns 500 km de Palmas, de uma cidade que não pega nenhuma operadora de celular; nesta mesma época sua mãe estava doente... Eu me lembro da gente sonhando em abrir uma franquia da imaginarium e largar toda essa vida de trecho, enquanto ficávamos debaixo do sol do ‘Toca’, comendo poeira de um trator... Ela também passou 3 aniversários no mato; o segundo deles estávamos juntas e foi o mais ‘agitado’, porque havia uma festa das formandas em pedagogia de não sei onde, e até uma banda “diretamente de Palmas” (como se lá fosse o berço do sucesso!) ia tocar. Empolgadas (ganhamos até uma cidra de uma das organizadoras, que sabia ser o niver da amiga...), saímos escoltadas pelo Célio, que disse que não ia beber pra poder cuidar da gente. Ainda bem, mas foi justamente ele quem nos colocou em encrenca... Até o meio da festa tudo era lindo, estávamos em uma mesa, só nós 3, ninguém nos incomodou, dancei e requebrei ao som daquele horrendo forró brega, na voz de uma sirigaita estridente (a coisa foi tão exagerada, que tenho que repetir a performance em TODA festa nossa - e com a mesma música!).

Foi aí que apareceu um frango para ser leiloado! Ele cheirava à cebola e já estava frio de tanto ser passado de mesa em mesa sendo oferecido a reveria... eu e a Raquel nem estávamos escutando a conversa da menina com o Célio (a gente só ficava rindo e dizendo que era o ‘frango com tudo dentro’; sei que ela passou muito tempo lá, insistindo para que ele fizesse uma oferta. Por fim, ele perguntou em quanto tava o frango, e ofereceu 10 centavos a mais... só que aquela vaca não avisou que éramos os últimos a serem perguntados, todo mundo já tinha dado seu lance simbólico... Eu acompanhei o percurso da moça – ela deu uma volta rápida no salão, sem oferecer pra mais ninguém e lá voltou com aquelas rodelas de cebola, dizendo que o frango era nosso por 50 reais e 10 centavos... enquanto o Célio tentava convencer a moça de que ela praticamente o obrigou a dar o lance, ela armou um escândalo que eu tive que intervir. Enquanto eu com a minha doce voz e gentileza ‘explicava’ a ela que eu vi que ela não fez proposta a mais ninguém, e que era pra ela empurrar aquela comida na pessoa que ofertou 50 reais, o cara da mesa ao lado não gostou e veio pra cima de mim, me segurando pelo braço. Não entendi porque ele não foi pro lado do Célio, ele ficou valente demais comigo...

Quando eu saquei tudo: ele era o cara dos 50 conto! No milésimo de segundo antes da baixaria, o Célio se meteu no meio de nós e disse que eu era parente de um deputado (nunca fui...) e que ele estaria muito encrencado se encostasse a mão em mim; o cara me largou, e ainda deu um de herói e comprou o frango pra família (chegamos a vê-los o desossando e comendo com as mãos, enfiando farinha na boca, uma mesa enorme, todo mundo feliz!) Era óbvio que tínhamos que ir embora, nós éramos totalmente penetras naquela festa da cidade. Já tínhamos nos conformado em ir pra cama enquanto descíamos a ladeira rumo ao hotel, mas daí encontramos mais uma ficha de cerveja no bolso... essa só foi a primeira de muitas... E no meio da rua, sentadas no canteiro da avenida, chorávamos de rir da nossa proeza, enquanto o Célio toda hora subia o morro pra comprar cerveja da festa pra nós...

No outro dia foi a vez da Raquel querer dar uma de heroína: fez questão de ir à missa! Eu estava ao telefone, em um orelhão em frente a igreja, quando, no meio da missa, me aparece aquela magrela loira saindo de fininho - não aguentou a pressão daqueles olhares como se o ato dela ir à igreja fosse por si só, um pecado...

cat-and-chicken

Um comentário:

Anônimo disse...

Fabi, me acabei de ri kkkkkkkkkkkk ô amiga, temos muitas dessas histórias de campo né...pra sempre guardados no meu coração...amooo